EROS É O DEUS DO AMOR

Ousadia, indiscrição, rebeldia, atrevimento, audácia, desafio, 
são os alimentos da essência do desejo.

por Dra. Maria Alves de Toledo Bruns*

Às vezes o enamoramento chega de mansinho e vai se alojando, outras vezes, chega de surpresa e, sem pedir licença, surge já instalado. Sentimento democrático, é vivido por todos/as independente de classe social, grau de escolaridade e idade cronológica. Que força é essa que nos possibilita, ainda que por uma única vez na vida, vislumbrar, mesmo que por um fragmento de tempo, um instante de eternidade?

A resposta é paradoxalmente simples e complexa: é o amor. Um sentimento impossível de definir, pois se trata de um fenômeno vivido de modo diverso e subjetivo pelos seres humanos. Mas, o que é o amor? O amor é vida, alegria – é o princípio de ação, símbolo do desejo, enfim, é a libido.
Para a mitologia grega, Eros é o deus do amor, da vida e do movimento. A busca de compreensão acerca do amor tem despertado o interesse não só de sexólogos/as, psicólogos/as, psicanalistas, psiquiatras, poetas, mas também de neurologistas que têm se dedicado aos estudos das substâncias químicas catecolamina e endorfina para explicar e compreender a diferenciação "biológica" entre a vivência da paixão e a do amor.

O amor como expressão entre os seres humanos tem sua "praxis" submetida a regras, normas e estatutos – repressivos ou não – elaborados e reelaborados ao longo da história de cada sociedade.
Cumpre, no entanto, indagar: Como o amor está sendo vivenciado hoje? Submetidos aos poderes do império do novo e da rapidez, vamos sendo anestesiados, entorpecidos, robotizados, angustiados e amedrontados pela possibilidade de nos apaixonarmos.

A pós-modernidade, enfatizando a sociedade do espetáculo, vem provocando um vazio existencial em nosso projeto amoroso. Mas, num instante, podemos ser surpreendidos por uma emoção extraordinária, uma alegria que nos invade e se aloja dentro de nós quando sentimos que alguém se torna especial para nós e vice versa.

É o enamoramento! Esse acontecimento nos impõe uma pausa... Um repensar, uma reavaliação acerca do nosso modo de ser e, se nos permitirmos, poderemos lançar-nos a uma experiência extraordinária: a de vivenciar um encantamento a dois. Eros nos aproxima, mescla, une.
Nesse período há um renascer, uma redescoberta física, sexual, emocional e psíquica. Essa viagem de descobertas é vivida a dois, pois, ao permitir o desvelar-se da pessoa amada, desvelamo-nos também diante dela.

Nesta fusão nos completamos e, por alguns instantes, só alguns,infelizmente, fantasiamos a eternidade. São momentos de uma beleza incontestável.

No entanto, devido à ousadia de Eros, a rotina, o tédio, os atos habituais de nosso dia-a-dia são abominados. Eros não tolera a mesmice.

Precisamos estar atentos aos pequenos detalhes, pois são as filigranas de criatividade investida diariamente numa relação que possibilitam a nós tornarmo-nos mais autênticos, mais compreensivos e felizes.


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